sábado, março 28, 2009

Teu pomar.

Nessa de tentar ser um jornalista, às vezes eu tento ser poeta... quem sabe um dia eu consigo ser uma coisa.... ou outra coisa...
Reclamas que sou ácido. Sou pomar regado por gotas de tua chuva. Se sou seco é porque fui arado com teu rastelo. Se insensível é porque não te ocupastes em tirar meus espinhos. Se feio aos olhos é por simples conta de teus maus tratos.

Se não perfumo mais teu ambiente, devo isto aos teus constantes abandono ao relento. Se outros pássaros não vem me visitar e pousar sobre meus ramos é a certeza de que teu horrendo espantalho está desempenhando com louvor sua função.

E não me venha cobrar magníficas folhagens se me adubas com o veneno que não mata e pela mesma razão não deves procurar sombra sob os galhos que arrancastes com tuas mãos tão vis.

Eu apenas pedi um pouco de sol e tu me destes um punhado de trevas. Clamei, com sede, de tua fonte e poluíste-me com teus dejetos. Quis proteção, mas fui prisioneiro de teu estúpido muro.

Portanto, não supliques vida, pois cultivastes apenas as rudes ervas da morte.

2 comentários:

  1. É. A gente muitas vezes é um processo da mistura da reação das pessoas, com a forma com elas nos tratam e a forma com que reagimos aos tratos dos outros. Por mais que sempre buscamos, é difícil ser algo tão individual a ponto de eliminar todas as outras pessoas que convivem conosco. Não está errado reagir aos que os outros fazem. Mas também não está certo sempre se basear no que os outros fazem.

    Sendo mais puritana. Em um texto bem conhecido falavam para quando nos atingirem no rosto, para dar o outro lado a tapa. E um dia isso foi elegida uma das mais sabias atitudes. Seria qual das duas a certa?
    Não sei. Mas baseada na Cris que crê no equilibrio de tudo. Acho que seria algo no meio dessas duas razões.

    Beijos, voz gemula!

    ResponderExcluir
  2. E aí Leandro estou gostando do seus textos, eles tem seu estilo: ácidos e implacaveis.

    Abraços

    Matheus Caravina

    ResponderExcluir